Notícia

Psicoterapias assistidas por neurofármacos podem oferecer uma nova esperança no tratamento de doenças mentais

Fonte

Universidade Monash

Data

segunda-feira, 15 novembro 2021 07:10

Áreas

Farmacologia. Neurociências.

Na Austrália, o Sistema de Saúde Mental é um sistema enorme e complexo que tenta controlar o fato de que quase metade de todos os australianos com idade entre 16 e 85 anos sofre pelo menos um transtorno mental durante a vida, geralmente ansiedade ou depressão, ou ambos ao mesmo tempo. Oito pessoas por dia tiram suas próprias vidas. Estima-se que as doenças mentais custem ao sistema de saúde do país mais de US$ A200 bilhões (ou cerca de R$ 800 bilhões) por ano. E uma parte significativa do quebra-cabeça são os medicamentos.

Recentemente, em um dos volumes de um relatório apresentado pela Comissão Real para o Sistema de Saúde Mental de Victoria, os comissários reais dedicaram um espaço considerável à importância dos medicamentos, em uma seção intitulada “A importância da pesquisa e inovação em farmacologia” – ou seja, a importância de encontrar, testar e desenvolver fronteiras para medicamentos em potencial.

Os dados sobre medicamentos merecem destaque: um em cada oito australianos toma antidepressivos (e um em cada quatro australianos mais idosos), mas apenas cerca da metade, na melhor das hipóteses, relata melhora.

No relatório da Comissão Real, o professor Dr. Arthur Christopoulos, Diretor da Faculdade de Farmácia e Ciências Farmacêuticas da Universidade Monash, na Austrália, diz, sem rodeios: “Não houve nenhum avanço medicinal verdadeiramente novo em tratamentos para doenças mentais ou sofrimento psicológico nos últimos 50 anos.”

O Dr. Christopoulos foi apoiado pelo Dr. Patrick McGorry AO, professor da Universidade de Melbourne, e pela organização de saúde mental para jovens Orygen que, da mesma forma, disse à comissão que novos medicamentos simplesmente não estavam disponíveis.

Novo Centro de Inovação

Neste cenário, foi lançado recentemente o Centro de Descobertas de Neurofármacos (NDC) da Universidade Monash, com o objetivo de descobrir drogas psiquiátricas e investigar novas abordagens para psicoterapias assistidas por neurofármacos para doenças mentais comuns, como ansiedade, transtorno de estresse pós-traumático e depressão. O diretor do NDC será o professor Christopoulos.

“A última década viu um renascimento do interesse no potencial dos psicodélicos, como a psilocibina e drogas relacionadas, como o MDMA, como terapêuticas de ação rápida e potencialmente mais eficazes, quando administradas em conjunto com a terapia psicológica de apoio, do que os tratamentos existentes”, disse o professor Christopoulos. “No entanto, embora essas drogas tenham o potencial de revolucionar a saúde mental, o progresso tem sido lento, em parte devido aos recursos limitados investidos em pesquisa até o momento”, continuou o pesquisador.

“Embora nosso foco inicial seja em psicoterapias psicodélicas assistidas, a profundidade e a massa crítica da experiência interdisciplinar reunida sob a bandeira do centro – junto com nossa rede de colaboradores – tem o potencial de expandir rapidamente o campo farmacológico para o repertório de classes totalmente novas de medicamentos psiquiátricos mais seguros e eficazes “, disse o Dr. Chris Langmead, professor do Instituto de Ciências Farmacêuticas de Monash e que será o vice-diretor do NDC.

O NDC está interessado em encontrar novas maneiras de lidar com a depressão (especialmente naqueles casos que são difíceis de tratar), transtorno de estresse pós-traumático, transtorno obsessivo-compulsivo, transtornos de ansiedade e transtornos por uso de substâncias. O novo Centro funcionará sob três temas – Melhores Medicamentos, Melhores Mentes, Melhores Futuros.

Assista ao vídeo “Como os neurofármacos facilitam as psicoterapias?”, da Universidade Monash (em inglês):

Acesse a notícia completa na página da Universidade Monash (em inglês).

Fonte: Universidade Monash, Imagem: Fakurian Design via Unsplash.

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