Notícia

Tecnologia de jato de plasma transforma microalgas em curativos

Nova tecnologia assistida por plasma processa de forma sustentável biomassa de ‘Spirulina maxima’ em revestimentos ultrafinos bioativos que podem ser aplicados em curativos e dispositivos médicos

Obsidian Soul via Wikimedia Commons

Fonte

Universidade Flinders

Data

segunda-feira, 23 outubro 2023 15:45

Áreas

Biomedicina. Bioquímica. Biotecnologia. Dermatologia. Desenvolvimento de Fármacos. Entrega de Medicamentos. Farmacologia. Microbiologia. Química Medicinal.

Pesquisadores da Universidade Flinders, na Austrália, deram um salto significativo no campo do tratamento de feridas usando uma abordagem inovadora. Ao implantar um jato de plasma de argônio, eles transformaram com sucesso a Spirulina maxima, uma microalga azul-esverdeada, em revestimentos bioativos ultrafinos.

Esses revestimentos não apenas combatem infecções bacterianas, mas também promovem uma cicatrização mais rápida de feridas e possuem potentes propriedades anti-inflamatórias. Isto é promissor, especialmente para o tratamento de feridas crônicas, que muitas vezes representam desafios devido ao tempo prolongado de cicatrização: a nova abordagem poderia reduzir o risco de reações tóxicas à prata e outras nanopartículas e ao aumento da resistência aos antibióticos.

O desenvolvimento mais recente, publicado na revista científica Small, revela uma nova tecnologia assistida por plasma recentemente patenteada que processa de forma sustentável uma biomassa de Spirulina maxima em revestimentos ultrafinos bioativos que podem ser aplicados em curativos e dispositivos médicos e são capazes de proteger os pacientes contra infecções, acelerar a cura e modular a inflamação.

A nova técnica poderia ser facilmente aplicada a outros tipos de suplementos naturais, disse o Dr. Vi Khanh Truong, pesquisador do Laboratório de Nanoengenharia Biomédica da Universidade Flinders: “Estamos usando a tecnologia de revestimento de plasma para transformar qualquer tipo de biomassa – neste caso Spirulina maxima – em um revestimento sustentável de alta qualidade. Com a nossa tecnologia, podemos transformar biomassa em revestimentos para curativos, e esta tecnologia de plasma é a primeira desse tipo”.

O extrato de Spirulina maxima é frequentemente usado como suplemento proteico e para tratar doenças de pele como eczema, psoríase e outras doenças.

A OMS alertou que a resistência antimicrobiana é uma das principais ameaças à saúde pública que a humanidade enfrenta no século XXI. Associada à morte de perto de 5 milhões de pessoas em 2019, prevê-se que custe às economias mundiais de mais de 1 bilião de dólares até 2050 se nenhuma ação for tomada.

Múltiplas alterações genéticas em bactérias comuns, como Staphylococcus aureus e Pseudomonas aeruginosa, podem levá-las a tornarem-se resistentes a múltiplos antibióticos, formando as chamadas ‘superbactérias’.

O Dr. Krasimir Vasilev, coautor do estudo, professor de Nanotecnologia Biomédica e diretor do Laboratório de Nanoengenharia Biomédica da Universidade Flinders, afirmou que a tecnologia oferece melhores soluções para os produtos comerciais atuais, incluindo revestimentos de prata, ouro e cobre, e é uma ferramenta importante para combater a resistência aos antibióticos: “Este novo processamento downstream facilitado por plasma pode melhorar a extração e purificação de compostos úteis da biomassa sem a necessidade de solventes prejudiciais e muita energia”, disse o pesquisador.

“Agora estamos explorando caminhos para a comercialização desta tecnologia única. Atualmente, não existem curativos comerciais que simultaneamente combatam e protejam contra infecções, modulem favoravelmente a inflamação e estimulem a cicatrização. Acreditamos que a tecnologia oferecerá uma vantagem de mercado aos fabricantes de curativos médicos e, ao chegar aos hospitais, fará a diferença para a saúde e os pacientes”, destacou o Dr. Krasimir Vasilev.

A pesquisa tomou como base o trabalho de Mestrado em Biotecnologia de Tuyet Pham, estudante da Universidade Flinders.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Flinders (em inglês).

Fonte: Universidade Flinders. Imagem: spirulina. Fonte: Obsidian Soul via Wikimedia Commons.

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